17º Congresso da Sobecc debate "o poder do cuidar"


Data de Publicação: 02/10/2025
17º Congresso da Sobecc debate

“O profissional da enfermagem pode e deve assumir um protagonismo enquanto promotor da ética no setor da saúde”, afirmou o diretor executivo do Instituto Ética Saúde, Filipe Venturini Signorelli, durante participação na abertura do 17º Congresso Brasileiro de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, realizado pela Sobecc no Transamerica Expo Center, em São Paulo, entre 1º e 3 de outubro. O tema central do evento em 2025 foi ‘O poder do cuidar’. Para os organizadores, “o cuidar vai além das práticas assistenciais, envolve o bem-estar da equipe e a importância econômica da profissão frente às transformações do setor”.

No painel sobre dilemas éticos, regulatórios e de boas práticas, o executivo do IES definiu ética como “um estado de paz em consciência reta” e demonstrou como ela pode ser aplicada nas relações com pacientes: saber lidar com conflitos de interesse na relação médico-paciente; passar informações claras sobre procedimentos, riscos, custos e alternativas de tratamento; transparência na divulgação de informações financeiras (orçamentos hospitalares, repasses de honorários); e a importância da escuta ativa e da resposta a reclamações e denúncias.

Filipe Venturini destacou ainda situações cotidianas que exigem integridade nas relações com prestadores de serviço, fornecedores, fontes pagadoras e afins. “As contratações devem ser baseadas em critérios éticos e técnicos, evitando favorecimentos, com total transparência em processos de compras, licitações e negociações; prevenção de conflitos de interesse; cobrar dos prestadores suas certificações em programas de compliance; exigir padrões mínimos de integridade de todos que se relacionam na cadeia de valor que envolve OPME (fornecedores, fontes pagadoras, hospitais e afins), pois esse deve ser um controle mútuo”, explicou, complementando: “Ética em saúde é ter a consciência plena do poder de cuidar, de que o agir individual vai culminar em toda coletividade”.

O diretor do IES comprovou com dados que o setor da saúde, efetivamente, está mudando e chamou a atenção para a autorregulação privada, que resulta em melhorias nas tratativas entre os stakeholders, gerando transparência e justeza; buscando acesso de modo qualitativo e quantitativo; e alargando o conceito de acesso.

“Nesses 10 anos de existência do Instituto, houve uma redução da informalidade na apuração de condutas lesivas, com impacto direto na rastreabilidade e confiabilidade institucional; 80% das empresas avaliadas passaram a ter instâncias formais de integridade, com regras claras e fluxos definidos; formalização de políticas anticorrupção em mais de 75% das empresas participantes até 2024; estabelecimento de rotinas de reporte, monitoramento e treinamentos internos sistematizados; 92% das empresas relataram a existência de políticas

internas específicas sobre relacionamento com prescritores; criação de comitês internos de avaliação de risco reputacional, como desdobramento prático das normativas; e redução de práticas informais nas interações com profissionais de saúde”, concluiu.

A Sobecc é integrante do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde.


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