O pagamento por performance traria mais segurança para o paciente e sustentabilidade ao setor, na opinião do representante do Instituto Ética Saúde
 
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Modelos de remuneração na saúde são debatidos em programa de rádio, com a participação do IES


Data de Publicação: 20/10/2023
Modelos de remuneração na saúde são debatidos em programa de rádio, com a participação do IES
O diretor executivo do Instituto Ética Saúde, Filipe Venturini Signorelli, participou, no dia 19 de outubro, do programa de rádio “Gente do MPD Que Fala”, promovido pelo Ministério Público Democrático. Um dos temas de debate foi a remuneração baseada em valor, na saúde suplementar. 
 
Atualmente, o modelo de pagamento no Brasil é o fee for service, baseado no serviço executado. O diretor do IES explicou outros modelos possíveis: o capitation, paga uma quantia fixa por cada pessoa inscrita, onde há um volume maior de atendimentos, mas que pode possuir um ponto negativo com certa deficiência em relação a uma maior atenção qualitativa ao paciente; salário, que é a base da remuneração que conhecemos, moldando os contratos; ‘pacote’ que poderia ser pré-estabelecido com os hospitais, clínicas e afins, em que uma das partes assume um risco maior pelo quantitativo de demandas; ou o formato de pay for performance, pagamento por performance, onde haveria mais qualidade, com o engajamento do paciente e maior comprovação dos resultados efetivos dos procedimentos ou exames requeridos conforme as necessidades efetivas, com maior base científica na utilização dos serviços e produtos, bem como uma maior assertividade na comprovação dos atendimentos, na medida mais aproximada e real do executado. “Esse modelo traz um maior foco no paciente, sendo muito benéfico, e uma extensão no envolvimento da responsabilidade do médico na construção do tratamento. O formato traria uma segurança muito maior para todos os envolvidos, tais como as fontes pagadoras, prestadores de serviço de saúde e, em especial, como dito, ao paciente, e, sem dúvida alguma, um equilíbrio considerável para sustentabilidade do setor”, avaliou Filipe Venturini Signorelli. E acrescentou: “outro modelo que tende a ser benéfico ao paciente, mas ainda precisa ser mais bem discutido e entendido é o fee for value, que pode ser melhor traduzido como resolutividade ou pagamento por valor ao paciente, que tem um interessante processo para estimular a colaboração entre os atores envolvidos, visando o pagamento com base em resultados efetivos para o paciente”.
 
Ele salienta que essa mudança de pagamento por serviço prestado para remuneração baseada em valor depende da mudança de cultura e da vontade de toda a cadeia em testar outro modelo. “O Instituto Ética Saúde tem discutido em suas ações e grupos de trabalho exatamente isso, em particular, junto aos parceiros interessados, uma vez que a sustentabilidade das operadoras de saúde está em risco, colocando em perigo toda a população beneficiária. Deve-se olhar a estabilidade econômico-financeira do setor como um todo, abarcando todos os segmentos envolvidos. O diálogo é fundamental para as mudanças necessárias serem efetivadas e, com avaliações precisas, os atores do setor chegarem a um consenso do modelo ideal de remuneração para a realidade da saúde suplementar no Brasil, com as devidas adequações”, finalizou. 
 
Também participaram do Gente que Fala a promotora de Justiça em Pernambuco, Bianca Stella Azevedo Barroso; o embaixador Fernando de Mello Barreto, e a desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça de São Paulo, Christine Santini.
 
 
O Gente que Fala é transmitido na Rádio 365 (www.radio365.com.br), pela ALLTV e pelas mídias sociais do programa - Youtube, Facebook e Instagram, sempre no canal "Programa Gente Que Fala".
 

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