Referência para outros mercados, autorregulação da saúde é destaque em evento do Instituto Ethos
Data de Publicação: 23/11/2023
A Conferência Ethos 360°, realizada entre 21 e 22 de novembro, em São Paulo, que comemorou os 25 anos do Instituto Ethos, dedicou um painel ao Instituto Ética Saúde. A entidade é considerada um marco importante na agenda de integridade no setor de saúde, impulsionando avanços concretos em práticas empresariais mais transparentes.
Participaram o ex-presidente e fundador do IES, Gláucio Pegurin Libório, o diretor de Relações Institucionais do IES, Carlos Eduardo Gouvêa, a coordenadora de Projetos de Integridade, Transparência e Combate à Corrupção do Instituto Ethos, Marcela Greggo, (moderadora do painel), e o diretor-adjunto do Instituto Ethos, Felipe Saboya. O Instituto Ethos e a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) criaram o IES, em 2015.
“O acordo setorial começou a ser idealizado em 2013, fruto de uma insatisfação que tínhamos com um mercado totalmente não compliance. Os importadores e distribuidores não eram respeitados no meio”, lembra Gláucio Libório. “Um acordo setorial só tem efeito se 50% do mercado estiver dentro. Iniciamos um processo de sensibilização e em um ano alcançamos esse número”, complementa Felipe Saboya.
Carlos Eduardo Gouvêa citou dois fatores determinantes para o Instituto Ética Saúde se tornar o primeiro e maior programa de autorregulação do Brasil: a liderança do Ethos com as ferramentas apropriadas e a decisão de ter transformado o Acordo Setorial da ABRAIDI em um instituto independente, visando uma liberdade de atuação e com um escopo maior, que acabou por abranger a área de Saúde como um todo (produtos e serviços). “Isso garantiu o crescimento. Hoje fazem parte do IES todos os elos da cadeia de valor da saúde, em toda a sua complexidade”.
Referência para outros mercados
“Para outros setores que queiram seguir o exemplo da saúde, a dica é reunir um conjunto de empresas que percebem o benefício de todas subirem as exigências de transparência e ética. Mesmo sendo um acordo entre concorrentes”, argumenta o diretor-adjunto do Instituto Ethos, que complementa: “O papel de Ethos é nessa sensibilização. E o engajamento da associação empresarial é fator decisivo, como aconteceu na ABRAIDI, que ajudou na mobilização”, lembrou Saboya.
A partir do exemplo do Instituto Ética Saúde, outros setores perceberam a vantagem de se estabelecer padrões éticos: engenharia e construção, petróleo e gás, limpeza urbana foram alguns exemplos citados.
Desafios futuros
Para o ex-presidente do IES, as entidades de classe precisam dar o segundo passo. “A estruturação do processo para a autorregulação ganhar ainda mais força depende delas. É preciso gerar o constrangimento de quem ainda não está dentro”, defendeu Libório.
Saboya concordou. “É preciso gerar corresponsabilidade, fazer com que os demais atores envolvidos atuem e este é um trabalho constante e perpétuo. Desta maneira, você tende a isolar as empresas não conforme”.
Gouvêa ressaltou “o papel motivacional de engajar, como instituto ou como indivíduo, para todos trilharem de forma conjunta esse caminho que não tem volta”.
Na conclusão do debate, Marcela Greggo resumiu: “A sociedade está exigindo sim uma contrapartida de responsabilidade das empresas e é por isso que é tão importante fazer parte de acordos setoriais”.
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