A descoberta de irregularidades financeiras na Unimed Cuiabá, com um rombo estimado de R$ 400 milhões, acendeu um alerta no setor de saúde suplementar brasileiro quanto à necessidade de governança robusta e práticas de compliance eficazes. A Operação Bilanz, conduzida pela Polícia Federal, expôs um esquema de fraudes financeiras, incluindo falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, entre 2019 e 2023. A prisão de seis ex-administradores e a coleta de provas contábeis e financeiras que reforçam a urgência de políticas de integridade que preservem os direitos dos beneficiários e sustentem a confiança pública nas operadoras de saúde.
A falta de uma governança sólida e auditorias regulares impacta não só a viabilidade econômica das operadoras, mas também penaliza os consumidores, que enfrentam aumentos nas mensalidades para compensar fraudes e má gestão. Esses ajustes elevam os custos dos planos e reduzem o acesso, gerando insatisfação e desconfiança entre os beneficiários. Escândalos como o da Unimed Cuiabá também prejudicam a imagem pública do setor, alimentando temores de que o foco esteja mais na lucratividade do que no bem-estar dos pacientes.
Para um sistema de saúde suplementar transparente, é essencial fortalecer os controles financeiros e aprimorar as práticas de compliance. Auditorias independentes e programas de compliance de padrão internacional, como acordado pela Unimed Cuiabá com o Ministério Público Federal (MPF), para estruturar políticas que estejam alinhadas com os direitos dos consumidores e com as melhores práticas do setor, essa postura exige que as operadoras atuem com transparência, promovendo uma cultura ética em todos os níveis.
Para atender às expectativas dos beneficiários, todas as partes devem se comprometer com uma governança clara e comunicação direta. Políticas que responsabilizem gestores e estabeleçam padrões éticos, além de divulgar condições contratuais e direitos, fortalecem o relacionamento entre operadoras e clientes, reduzindo conflitos e aumentando a confiança. A colaboração entre reguladores, operadoras e consumidores deve sempre focar no atendimento seguro e de qualidade ao paciente.
O caso da Unimed Cuiabá reforça a importância de um setor que priorize a transparência e a integridade. A sustentabilidade e a centralidade no bem-estar do paciente dependem de práticas de compliance vistas como compromisso com o respeito ao consumidor, proporcionando um ambiente mais seguro e confiável.
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